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O papel estratégico da governança de dados no mercado financeiro: conheça os principais desafios e benefícios

11 of abril of 2025

Com o aumento exponencial do volume de dados gerados no setor financeiro, a governança passou a ser uma necessidade estrutural.

por matera

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 Pessoa analisa gráficos impressos ao lado de fluxograma que destaca os benefícios da governança de dados: redução de custos, diminuição de riscos, ganho de eficiência e aumento da competitividade.

O mercado financeiro é um dos mais regulados em qualquer parte do mundo — e também um dos que mais avançaram na digitalização de seus processos. 

Com o aumento exponencial do volume de dados gerados, a governança deixou de ser uma vantagem competitiva para se tornar uma necessidade estrutural.

Segundo análises recentes do mercado, instituições financeiras vêm se destacando em maturidade digital, com ganhos expressivos em eficiência operacional, planejamento e solidez em práticas de governança. 

Ao mesmo tempo, a agenda de riscos para os próximos anos aponta para um cenário de exigências crescentes: além de responder a regulamentações cada vez mais complexas, o setor precisará adotar modelos mais sofisticados de controle, conformidade e sustentabilidade. 

Nesse contexto, estruturar políticas e processos robustos de governança é uma condição não apenas para operar em conformidade, mas para garantir competitividade, segurança e um crescimento sustentável.

O que é governança de dados?

Governança de dados é o conjunto de práticas, políticas, normas e estruturas que garantem a qualidade, segurança, integridade e o uso estratégico das informações dentro de uma organização.

No mercado financeiro, onde dados alimentam desde a análise de crédito até decisões de investimento, a governança é a base para que essas informações sejam utilizadas com responsabilidade e eficiência — seja para cumprir normas do Banco Central, seja para aprimorar a experiência do cliente.

A definição do Data Governance Institute resume bem: trata-se de “um sistema de direitos de decisão e responsabilidades para processos relacionados à informação, executado com base em modelos que descrevem quem pode realizar quais ações com quais informações, quando, sob quais circunstâncias, e com quais métodos”.

O DMBoK (Data Management Body of Knowledge), referência global no tema, elenca frentes fundamentais da governança de dados, como:

  • Arquitetura de Dados
  • Qualidade e Segurança dos Dados
  • Dados Mestres e de Referência
  • Metadata
  • BI e Analytics
  • Gerenciamento de Conteúdo
  • Desenvolvimento e Operações de Bases de Dados

Esses pilares ganham ainda mais relevância quando aplicados ao cotidiano financeiro, onde as decisões são baseadas em risco, compliance e confiança.

Por que a governança de dados é estratégica no mercado financeiro?

A governança de dados é um pilar fundamental para que o setor financeiro possa se beneficiar, de fato, das tecnologias que vêm sendo incorporadas. A eficácia de modelos de inteligência artificial, por exemplo, depende diretamente da qualidade, consistência e integridade dos dados utilizados.

Sem dados acessíveis, confiáveis e bem estruturados, o uso dessas tecnologias fica comprometido — e isso pode afetar diretamente a performance de processos críticos, como concessão de crédito, prevenção à fraude, análise de risco e personalização de ofertas. 

Além disso, a atuação do Banco Central, da CVM e de outras entidades reguladoras exige processos transparentes e auditáveis. Sem governança, é impossível demonstrar conformidade contínua com as diretrizes vigentes. 

Em um setor altamente regulado, a transparência, rastreabilidade e consistência geram confiança. Para uma instituição financeira, isso significa construir relações mais sólidas com parceiros, clientes, investidores e reguladores.

Investir em infraestrutura e governança de dados é, portanto, não é mais uma camada adicional: é a base para qualquer operação orientada por dados no mercado financeiro.

Principais responsabilidades e atividades desempenhadas pela governança de dados


A governança de dados tem como principal objetivo estabelecer processos, políticas, normas e regulamentações que garantam o uso eficaz, eficiente e seguro dos dados na organização. Entre as principais responsabilidades da governança de dados, destacam-se:

Gerenciamento de dados

O gerenciamento de dados envolve atividades essenciais como armazenamento, backup, recuperação, integração e garantia da qualidade dos dados. Seu papel é garantir que as informações sejam precisas, confiáveis e acessíveis quando necessário, em todas as áreas da empresa.

Arquitetura informacional

A arquitetura informacional é a estrutura que permite a integração de dados de diversas fontes, otimizando a qualidade e assertividade na tomada de decisões. Ela é fundamental para que a empresa tenha uma visão holística dos dados disponíveis e consiga usá-los de forma estratégica para alcançar seus objetivos. 

Não se trata apenas de integrar bancos de dados, mas de entender as conexões estratégicas e continuamente melhorar a arquitetura das informações.

Segurança e qualidade dos dados

A segurança e a qualidade dos dados são essenciais para garantir decisões precisas e confiáveis. A governança de dados também estabelece medidas de segurança para proteger as informações e garantir que todos os mecanismos necessários para a sua proteção estejam implementados.

Definição de políticas de dados

A política de dados é um conjunto de regras, procedimentos e diretrizes que assegura o uso consistente, correto e seguro dos dados na organização. Além de ser um guia para as ações da empresa em relação aos dados, a política também torna público o compromisso da empresa com a proteção e uso adequado das informações.

Fomento à cultura data-driven

A cultura data-driven promove o uso de dados como base para as decisões estratégicas. A governança de dados é responsável por fomentar essa cultura, proporcionando ferramentas, processos e treinamento para que todos os colaboradores possam tomar decisões baseadas em dados, contribuindo para o crescimento da organização.

Principais funções e papeis dentro da governança de dados

A responsabilidade pela governança de dados é compartilhada entre diferentes setores, como TI, compliance, jurídico e negócios. Isso ocorre porque, enquanto alguns setores são responsáveis pela qualidade e segurança dos dados, outros definem políticas e regulamentações, enquanto outros atestam a conformidade das operações diárias com as diretrizes.

Em algumas empresas, uma equipe específica dedicada à governança de dados é estabelecida para garantir clareza nas responsabilidades e na implementação das práticas. 

Mesmo nesses casos, é importante que a governança seja vista como uma responsabilidade compartilhada por todos os colaboradores, com foco em garantir que todas as decisões estejam alinhadas com as necessidades de negócios e objetivos de crescimento.

Os comitês de governança de dados são responsáveis por aprovar políticas e normas relacionadas à gestão de dados. Formado por gerentes, arquitetos, analistas e especialistas em compliance, o comitê se reúne regularmente para discutir questões relacionadas aos dados e tomar decisões estratégicas para garantir que as responsabilidades de governança sejam cumpridas.

Conclusão

Embora a governança de dados apresente desafios complexos, é justamente ao enfrentá-los de maneira estratégica que as empresas conseguem desbloquear os benefícios que essa prática oferece. 

A chave para o sucesso é garantir que todos os setores, desde líderes até equipes operacionais, estejam engajados no processo de adaptação e aprimoramento contínuo da gestão de dados.

Felizmente, há uma abundância de recursos, tanto materiais quanto institucionais, dedicados a orientar as empresas nas melhores práticas de governança de dados e em como implementá-las de maneira eficaz no cotidiano organizacional. Esses recursos podem ser o ponto de partida para quem deseja aprofundar seus conhecimentos e melhorar a estratégia de dados da empresa.

Por fim, lembre-se: governança de dados é um ciclo contínuo de planejamento, execução, avaliação e otimização. Ao adotar uma abordagem proativa e focada na melhoria constante, sua instituição estará preparada para colher os frutos de uma gestão de dados eficiente, fortalecendo não apenas a conformidade e segurança, mas também a competitividade e inovação no mercado.