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Democratização de serviços financeiros: tecnologia e inovação abrindo portas

10 of março of 2025

Nesse texto falaremos sobre como a tecnologia contribui para a democratização de serviços financeiros, e como a inovação está redefinindo cenários e está abrindo portas para milhões de pessoas ao redor do mundo.

por matera

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Duas pessoas analisam relatórios financeiros, com gráficos sobre a mesa. Sobre a imagem, uma ilustração representa a Inteligência Artificial avaliando perfis, indicando aprovação (ícone verde) ou rejeição (ícone azul)

“A tecnologia é o instrumento mais democratizante que temos atualmente” afirmou o ex-Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto durante o XXXIII Encontro de Lisboa entre os bancos centrais dos países de língua portuguesa

Essa observação ressoa profundamente com as mudanças vivenciadas no país nos últimos anos, especialmente no que tange à expansão da bancarização. 

Com o progresso contínuo em tecnologias como inteligência artificial, blockchain e plataformas digitais, os serviços financeiros estão se tornando não apenas mais acessíveis e inclusivos, mas também mais personalizados.

Este movimento não apenas facilita o acesso ao crédito e a investimentos, mas também promove uma mais eficiência em operações financeiras, estimulando a competitividade no mercado. 

A era da inovação contínua em serviços financeiros está apenas começando. Nesse texto falaremos sobre como a tecnologia contribui para a democratização de serviços financeiros, e como a inovação está redefinindo cenários e está abrindo portas para milhões de pessoas ao redor do mundo.

Boa leitura!

Bancarização pré e pós pandemia

Entre março de 2020 a setembro de 2023, houve um aumento consistente da bancarização da população brasileira, com quase 30 milhões de novos cadastros no sistema financeiro. 

Assim, o número de contas abertas em instituições financeiras superou a marca de 1 bilhão, classificando o Brasil na lista de países mais bancarizados do mundo.

O cenário pandêmico também mostrou a importância de digitalizar os serviços financeiros. Com as restrições de movimento e o distanciamento social, as pessoas buscaram mais soluções financeiras online para pagamentos e investimentos.

Esse contexto acelerou a adoção de tecnologias financeiras que dispensavam a necessidade de visitar fisicamente uma agência.

Todo esse cenário foi provocado pela facilidade do processo de abertura de conta e o avanço da tecnologia de Banking as a Service (BaaS). Esta movimentação provocou, por exemplo, a inclusão de serviços financeiros em instituições não financeiras.

Em resumo, o BaaS possibilita que empresas de diversos setores ofereçam produtos que antes estavam disponíveis apenas em instituições bancárias, como contas digitais, cartões, investimentos, transferências e pagamentos, de maneira rápida e fácil. 

Com essa solução, as empresas conseguem disponibilizar serviços sem a necessidade de investir em infraestrutura tecnológica robusta ou lidar com questões regulatórias mais complexas. 

A soma de todo esse cenário com as novas formas de pagamento digitais, como carteiras, aplicativos e sistemas de pagamentos instantâneos — o PIX, por exemplo — permitiu transações mais rápidas, seguras e acessíveis e contribuiu para democratizar os serviços no pós-pandemia.

Fatores pré-pandemia que impediam a bancarização

Antes da pandemia, alguns fatores dificultaram o processo de bancarização da população brasileira, principalmente entre os segmentos de baixa renda e sub-bancarizados. 

Esses fatores incluíam:

Excesso de burocracia para abertura de contas

A abertura de contas bancárias era cercada por exigências burocráticas, requisitando a entrega de documentos como comprovante de renda mínima, endereço e até vínculo empregatício.

As exigências dificultavam o acesso de trabalhadores informais, pessoas com renda variável, perfis de baixa renda e também de jovens que acabaram de iniciar sua vida financeira. 

Somado a esses fatores, o processo em muitas instituições ainda era demorado e complicado, o que desencorajava as pessoas a buscarem serviços bancários por ser mais cômodo lidar com o dinheiro físico sem apoio de uma instituição com diversos serviços.

Por fim, os requisitos adicionais para determinados grupos de pessoas, como autônomos, estrangeiros ou indivíduos sem histórico de crédito, tornava o processo de bancarização ainda mais difícil.

Concentração do mercado em grandes instituições

O mercado financeiro antes da pandemia era altamente concentrado em grandes (porém poucas) instituições, o que limitava a concorrência e reduzia as opções disponíveis para os consumidores. 

Essa falta de diversidade de provedores também dificultou a inovação e a adaptação às necessidades dos clientes.

Ou seja, a falta de competição no mercado gerava uma menor pressão para oferecer melhores serviços e condições bancárias. O cenário mudou com a fundação de dezenas de bancos digitais e a entrada de varejistas com o oferecimento de serviços financeiros. 

A concorrência, neste caso, reviveu o paladar competitivo das instituições e as fizeram entrar na disputa acirrada pelos clientes no mercado.

A virada de chave

A busca por serviços em agências bancárias físicas diminuiu significativamente durante a pandemia, levando a uma rápida adoção de alternativas digitais tanto por consumidores quanto por instituições financeiras. Além disso, diversas iniciativas surgiram para facilitar essas transformações. Acompanhe abaixo.

Auxílio emergencial

Além de fornecer suporte financeiro vital para milhões de brasileiros, o auxílio emergencial, fornecido pelo Governo Federal, também serviu como um mecanismo de inclusão financeira. 

Ao exigir que os beneficiários possuíssem conta na Caixa Econômica Federal para receber os pagamentos, o programa introduziu uma grande parcela da população ao sistema bancário formal pela primeira vez.

No Relatório de Cidadania Financeira de 2021 (época da pandemia), o Banco Central afirmou que esse auxílio acelerou a inclusão financeira no Brasil com cerca de 14 milhões de pessoas que passaram a ter relação com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) em 2020.

Pix como ferramenta de transformação

O lançamento do sistema de pagamentos instantâneos e gratuitos, o Pix, pelo Banco Central em 2020, mudou a forma como as transações financeiras eram realizadas no país até então, e democratizou ainda mais os serviços do setor.

Somente no primeiro mês de funcionamento, o sistema ultrapassou as transações feitas por DOC (Documento de Crédito). E em 2021, superou as transações por TED (Transferência Eletrônica Disponível) e pagamentos por boletos.

Além disso, ele representou uma redução na quantidade de transações com dinheiro vivo e ajudou a economia em um momento resiliente para o país.

Em 2023, o sistema movimentou três bilhões de transações por mês e superou as transações com cartão de crédito em quase o dobro. Segundo a edição 2024 da Beyond Borders, espera-se que, até 2026, o sistema Pix lidere, com 40% dos pagamentos online feitos no país até 2026.

Como a tecnologia ajuda na democratização financeira

Democratizar os serviços está muito relacionado à evolução tecnológica, que oferece soluções inovadoras para torná-los mais acessíveis, inclusivos e otimizados. 

Abaixo, destacamos maneiras pelas quais a tecnologia contribui para esse processo:

Oferta de produtos financeiros com taxas melhores

A presença de tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA) permitem uma análise mais completa dos dados dos clientes. 

Isso possibilita que as instituições ofereçam produtos financeiros mais personalizados, adequados às necessidades de cada um, o que considera, por exemplo, seu perfil financeiro, histórico de comportamento e condições sociais. 

Além disso, uma análise avançada de dados pode identificar oportunidades de oferecer taxas e condições mais vantajosas para alguns grupos de consumidores, o que alimenta a inclusão financeira e torna os serviços mais acessíveis.

Redução da burocracia

Aqueles processos tradicionalmente lentos e complexos, como abertura de contas, análise de crédito e aprovação de empréstimos, podem ser simplificados por meio de soluções tecnológicas para esse fim.

Dessa forma, atividades como a digitalização de documentos, a automação de processos e a integração de sistemas possibilitam uma experiência mais cômoda aos clientes, além de reduzir consideravelmente o esforço operacional associado a essas atividades.

Criação de oportunidades para perfis thin file ou sub-bancarizados

O uso da tecnologia também cria oportunidades para indivíduos com histórico financeiro limitado, também conhecidos como perfis thin file, ou aqueles que têm pouco acesso aos serviços bancários, os sub-bancarizados. 

A inteligência artificial facilita a avaliação do risco de crédito tornando-a mais completa ao considerar mais variáveis nesse processo. Além do histórico bancário, considera-se também informações como histórico de pagamento de contas, transações financeiras e comportamento.

Isso ajuda com que esses perfis possam obter acesso a vários produtos financeiros, como empréstimos, cartões de crédito e outros. 

Novos produtos e segmentos

A evolução também possibilita criar novos modelos de serviços para que o setor atenda às particularidades dos clientes. Veja alguns deles:

  • Embedded Lending: integra serviços financeiros diretamente em plataformas digitais, como aplicativos de compras e e-commerce, o que facilita o acesso ao crédito e incentiva o consumo;
  • Financial service do varejo: as varejistas podem oferecer serviços como cartões de crédito co-branded, programas de fidelidade com recompensas e soluções de pagamento digital;
  • Embedded Finance: integra os serviços financeiros a outros mercados, como aplicativos de transporte, redes sociais e serviços de entrega de alimentos.

Além disso, as instituições podem criar programas de educação financeira e oferecer ferramentas de gestão das finanças de forma personalizada para seus clientes, para ajudá-los a entender melhor suas opções, controlar o risco de inadimplência e tomar melhores decisões financeiras.

Open finance

Lançado em 2022, o “sistema financeiro aberto”, em tradução livre, possibilita que os clientes compartilhem suas informações entre diferentes instituições financeiras, devidamente autorizadas e regulamentadas pelo Banco Central. 

Ele favorece a democratização por consolidar as informações de várias fontes em um único banco de dados. Assim, as instituições passam a contar com uma diversidade maior de informações para considerar e, assim, oferecer alternativas que sejam mais adequadas ao perfil de cada cliente. 

Apesar de ser uma inovação de grande interesse por parte dos bancos, os clientes não responderam com a adesão conforme planejado. Dados do BC mostram que o Open Finance, no início de 2023, superou a marca de 15 milhões de clientes únicos e 22 milhões de consentimentos para o compartilhamento de dados.

Democratizar é mais do que facilitar a abertura de uma conta

A verdadeira democratização financeira envolve a criação de um ecossistema financeiro que seja acessível, justo e benéfico para todos os segmentos da população. E isso vai muito além da conta corrente com o pacote básico de serviços.

Nesse sentido, a tecnologia e a inovação têm o papel de eliminar barreiras tradicionais de entrada ao oferecer produtos financeiros que realmente favoreçam o acesso da população de baixa renda e dos sub-bancarizados, como crédito, seguros, investimentos e pagamentos digitais. 

Por meio de aplicativos e plataformas digitais as instituições financeiras podem oferecer opções personalizadas e acessíveis, que antes estavam fora do alcance de muitos brasileiros.

Além disso, a educação financeira é uma ferramenta-chave, pois permite capacitar as pessoas com conhecimentos básicos e habilidades de gestão, a fim de garantir que acessem os serviços de maneira consciente e segura.

Como a Matera Insights contribui para a democratização financeira

A Matera Insights, transforma dados em conhecimento para que instituições melhorem suas estratégias de fidelização e personalizem as ações de geração de receita, de maneira rentável e escalável.

Com nossa expertise em IA, ajudamos também a aprimorar análise de crédito, vamos além dos dados tradicionais para avaliar o perfil do cliente de maneira mais completa.

A combinação de dados tradicionais e não tradicionais gera uma avaliação de risco mais precisa, o que possibilita que mais pessoas sejam consideradas aptas e tenham acesso a produtos de crédito, mesmo que não tenham um histórico formal.

Para saber mais sobre nossas soluções, acesse nossa página.

Conclusão

Como vimos, a democratização de serviços financeiros percorre um caminho contínuo até a inclusão. Assim, por meio da tecnologia e da inovação, as diversas instituições constroem um futuro financeiramente mais acessível a todos.

Entretanto, esse tema requer uma abordagem holística, que leve em consideração não apenas a disponibilidade de serviços financeiros, mas também a acessibilidade, equidade e relevância desses serviços para todos os segmentos da população.

Nesse sentido, a Matera está comprometida em atuar na democratização do acesso ao crédito ampliando as possibilidades de concessão de forma assertiva e sem aumentar a inadimplência. Conheça nossas soluções.