Diariamente, cerca de 2 quatrilhões de dados digitais são gerados. A estimativa foi publicada em um artigo do IT Chronicles, em 2021. Para se ter uma ideia, armazenar todos esses dados é uma tarefa que requer 62,5 milhões de pendrives de 32GB.
Ao mesmo tempo em que isso acontece, empresas de todo o mundo estão trabalhando para coletar e tratar grandes volumes de dados externos e internos. Mas por quê?
A inteligência de dados é hoje o recurso mais valioso para a gestão de um negócio. Através de comprovações estatísticas que os dados fornecem, é possível obter informações precisas sobre os consumidores, competidores do setor e tendências do mercado.
Portanto, a análise de dados assumiu o protagonismo nas tomadas de decisões. Executivos contam com estes dados externos e internos para direcionar as estratégias que vão ajudar o negócio a crescer.
Boa leitura!
O que são dados externos?
Os dados externos são aqueles coletados em fontes externas ao negócio. Em outras palavras, podem ser obtidos no setor em que a marca faz parte, na economia global, em censos oficiais do governo, institutos de pesquisa de mercado ou consultores de tendência, em redes sociais, etc.
Eles podem ser coletados de maneira gratuita - em casos em que são disponibilizados para consulta pública - ou podem ser gerados por uma empresa especializada.
Exemplos de dados externos
Dentre todas essas fontes, podem existir diversos exemplos de dados externos, veja a seguir três tipos deles:
Dados demográficos
Os dados demográficos são aqueles utilizados para segmentar a população local, de uma cidade, estado ou país.
No Brasil, é possível obter dados demográficos por meio do Censo. Este estudo é realizado pelo governo federal para identificar os brasileiros de acordo com gênero, idade, etnia e outras características. Os dados são públicos e podem ser acessados livremente.
Uma maneira de obter dados demográficos exclusivos é por meio de uma pesquisa de mercado privada. Empresas encomendam pesquisas devido a sua capacidade de oferecer informações específicas sobre o público-alvo de um produto, ou serviço.
Dados sobre o comportamento do consumidor
Os dados sobre o comportamento são aqueles que estabelecem padrões de como o consumidor adquire produtos e serviços. São os dados que revelam a frequência da compra e o intervalo de tempo para a recompra, por exemplo.
Somados aos dados demográficos, os dados de comportamento aprofundam a compreensão sobre o público-alvo de um negócio.
Dados sobre tendências do mercado
A análise de dados sobre tendências mostra o que um setor da economia, segmento de mercado ou modelo de negócios está fazendo de inovador.
Instituições financeiras, universidades, centros de pesquisa e até mesmo o setor de alimentos e bebidas possuem um papel importante nessas tendências com relatórios muito detalhados sobre o presente e o que aguardar no futuro.
Um caso interessante foi a demanda por produtos veganos, sem ingredientes de origem animal. De acordo com dados divulgados pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), de janeiro de 2016 a janeiro de 2021 o volume de buscas pelo termo ‘vegano’ aumentou mais de 300% no Brasil.
Sendo assim, conhecer as apostas dos concorrentes, demandas do público e suas repercussões é determinante para guiar a elaboração de estratégias da marca.
Como esses dados podem contribuir para as estratégias da empresa?
A inteligência de dados pode contribuir com informações que vão impactar estratégias de diversos setores da empresa. Três contribuições são mais expressivas.
Construção de campanhas de anúncios
A análise dos dados externos é determinante para otimizar as campanhas de mídia paga.
Saber demograficamente quem consome a oferta, o canal de compras mais utilizado e os fatores decisivos para a escolha de um produto, é o que vai ditar o tom de comunicação da campanha. Além de auxiliar na configuração dos anúncios.
Com esses dados em mãos, as campanhas de mídia paga são imediatamente mais eficazes, diminuindo o custo de aquisição (CAC).
Lançamento de novos produtos ou serviços
Construir a estratégia de lançamento de novos produtos e serviços é um grande desafio. O investimento no desenvolvimento é alto, então a novidade precisa impactar o público-alvo para gerar o melhor retorno financeiro possível.
Por isso os dados externos são indispensáveis. Eles vão determinar como será feita a comunicação do lançamento, adequando a mensagem para o público, canal e formato de maior eficácia.
Oportunidades de negócio
Investir no desenvolvimento de um novo produto ou no redesign de outro?
Expandir o negócio para novas praças ou trabalhar a comunicação com outro público?
Essas e outras decisões representam oportunidades de crescimento para uma marca. A análise de dados externos vai demonstrar qual oportunidade faz mais sentido naquele momento. Se é o contexto ideal para inovar ou para ser mais conservador.
Em suma, os dados externos permitem que executivos tomem decisões para o curto, médio e longo prazo sem “achismos”. A inteligência de dados é a base sólida para qualquer decisão.
Dados internos: o que são?
Os dados internos referem-se àqueles coletados dentro da própria empresa e, após uma análise criteriosa, podem revelar informações valiosas sobre a estrutura e funcionamento do negócio.
Existem diversas formas de se obter dados internos, tais como softwares utilizados para gerenciar as atividades diárias de cada setor, informações sobre o uso de serviços ou produtos pelos clientes, etc.
Algumas boas fontes de dados internos são os softwares de gestão de relacionamento com o mercado (CRM), de inteligência empresarial ou de marketing.
Para demonstrar as possibilidades, separamos dois exemplos:
Dados financeiros
As planilhas de controle financeiro do setor de contabilidade são uma excelente fonte de dados internos, especialmente quando registradas minuciosamente. Quanto mais detalhes, mais fácil é identificar a forma como os recursos estão sendo alocados.
Informações sobre fornecedores, folha de pagamento e clientes são algumas das mais utilizadas em planejamentos financeiros para guiar o crescimento sustentável da empresa.
Dados sobre clientes
Diferente dos dados externos, os dados internos sobre clientes dizem mais a respeito da relação de cada um com a marca.
Um exemplo de dado interno importante é o Net Promoter Score (NPS). A nota auxilia na identificação dos consumidores que estão satisfeitos e promovendo os produtos, os indiferentes e os insatisfeitos. Ter essa informação em mãos é um guia inestimável para gerenciar a base de clientes.
Como os dados internos podem contribuir para as estratégias da empresa?
Os dados gerados pela própria base de clientes podem ser valiosos para as estratégias de uma empresa. Com a utilização de seus produtos pelos clientes, é possível coletar informações relevantes sobre suas preferências, comportamentos e necessidades.
A análise desses dados pode trazer insights importantes e ajudar a desenvolver estratégias mais efetivas para atender às demandas de seus clientes.
Através da análise dos dados gerados pela base de clientes, a empresa pode ainda identificar padrões de comportamento e tendências de consumo, o que pode ajudá-la a antecipar as necessidades dos clientes e a tomar decisões mais embasadas em relação à gestão do negócio.
Além disso, é uma ótima fonte para insights sobre melhoria da experiência do cliente com o produto ou serviço oferecido pela empresa, o que pode levar a um aumento da fidelização e, consequentemente, da rentabilidade do negócio.
Comparação entre dados externos e internos
Os dados externos e internos compartilham uma série de características. Porém, ao mesmo tempo, possuem muitas diferenças, especialmente em finalidade. Saber quais são essas similaridades e distinções é o que evita confusões.
Similaridades
A principal similaridade é a necessidade de tratamento dos dados obtidos. O tratamento é o conjunto de operações realizadas com os dados, incluindo a organização, classificação e segmentação.
Segundo o Gartner, cerca de 80% dos dados estão desestruturados e precisam ser tratados. Apenas assim eles são devidamente transformados em informações que podem ser usadas pelo negócio.
Outra similaridade é a digitalização de dados externos e internos. Empresas de todo o mundo apostam em processos digitais para produzir, coletar e analisar dados pela alta capacidade de automatizar essas operações.
Diferenças
A principal diferença entre os dados internos e externos é a fonte onde são coletados e a finalidade para a qual serão utilizados na empresa.
Os dados internos são coletados a partir de fontes internas, enquanto os dados externos são coletados de fontes fora da empresa, como os exemplos que citamos anteriormente.
No entanto, existe uma diferença significativa adicional que deve ser destacada. Os dados internos sobre consumidores estão sujeitos à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a regulamentação que estabelece os direitos dos titulares de dados e as obrigações das empresas em relação ao tratamento desses dados.
A compreensão dessas semelhanças e diferenças entre dados internos e externos é essencial para a utilização desses dados pelas empresas. Portanto, é imprescindível estar por dentro das leis e regulamentações que se aplicam aos seus dados internos, especialmente aqueles relacionados aos dados de seus clientes.
Como trabalhar utilizando as duas fontes de dados?
A combinação de dados externos e internos enriquece estratégias, pois leva em conta informações sobre a empresa e o mercado. Juntos, é possível determinar o que fazer para atingir um objetivo no mercado, sem extrapolar os limites da empresa.
Um bom exemplo é a combinação de dados demográficos - externos - e os dados de uso do serviço - internos. Combinados, eles podem revelar os comportamentos do público-alvo e direcionar as estratégias de vendas.
A chave para o sucesso do trabalho da inteligência de dados é justamente essa: saber quais dados combinar e como combinar.
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A sua base de dados interna pode ser enriquecida com dados externos, como por exemplo dados demográficos ou de geolocalização. Assim você obtém uma análise completa
do perfil do seu cliente: tendências, interesses e comportamento. Com a plataforma, é possível identificar de maneira preditiva quais são os clientes propensos ao churn, por exemplo.
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Conclusão
Como dito anteriormente, a inteligência de dados é hoje o recurso mais valioso para a gestão de um negócio. Ela reduz o número de erros, direciona as decisões e otimiza todas as estratégias de um negócio.
A combinação de dados internos e externos pode fornecer insights e informações importantes sobre o mercado e seus clientes, o que ajuda a tomar decisões apoiadas em evidências. Por isso, é fundamental que as empresas invistam em recursos e tecnologias de análise de dados para obter vantagem competitiva no mercado.